quarta-feira, 22 de abril de 2009

Reticências

Deixo você ir com a certeza de quem irá voltar. Posso prever os primeiros dias de ausência com a leveza sublime do amor ainda latente, outros de quase esquecimento, outros que vêm com saudade. Uma vontade imensa de te ver de novo. Quase sufocante. E sei que você sente isso, porque é nesses momentos que voltamos a nos comunicar. E tem sido sempre assim. O tempo todo. E por mim, isso não mudaria. Porque é assim que deu certo até agora. Sempre que tentamos quebrar essas regras dá errado. Desanda tudo. Nascemos pra ser assim. Partes, pedaços de um para o outro. Porque se juntássemos o quebra-cabeça seria desagradável. O retrato dos casais perfeitinhos entre aspas, do mundo cor de rosa que a gente sabe que não existe. Ficamos só com as melhores partes do jogo e isso é bom. Às vezes entro no delírio de querer mudar tudo, mas depois paro e penso: estragar o que está bom para cair no normal, não cola. Lembro quando estava namorando, e em meio a brigas, desconfianças, sentia falta da nossa paz. Não sei o que somos nem o que iremos ser. Só sei que encontramos o equilíbrio nessa coisa louca e desequilibrada que é o amor.

Um comentário:

  1. Que lindo o que escreveu amiga, traduziu tão perfeitamente o que você sente... por mais diferente que possa ser esse jeito de amar, eu consigo entender, e como diz Milton Nascimento: "Qualquer maneira de amor vale a pena."
    Um beijo, e continue postandooo!

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