segunda-feira, 7 de junho de 2010

Uma taça de Malbec, por favor.

Ela não quer brincar de esconde-esconde. Não quer ver seu perfume passar, nítido, em algum estranho que cruzar seu caminho. Não quer ficar em casa esperando você chegar. Então liga que ela desce. Só pra dizer que está morrendo de saudades. Uma saudade alucinada, como você diz. Esse amor de mentira que a gente inventa para apressar as coisas. Nem um tchauzinho de nada, só pra dizer que o que é demais enjoa. Você disse que ela é intensa, lembra? Você tem é medo de tanta intensidade. Mas no íntimo, ninguém gosta de coisas mornas. Comida morna, gente morna, água morna você bebe? Diz que vai e ela aceita você do seu jeitinho. Deixa você ouvir suas músicas. Até sai com você usando aquele chapéu ridículo sem rir. Ela deixa. Deixa você livre demais, solto demais, contanto que não se perca no caminho. E agora, quem ela vai chamar de solzinho? Olha você nublando os sonhos da moça. Isso é feio meu amor. Sua mãe não te ensinou? Que é feio sair de um coração assim, sem se despedir? Ela não se acostuma mais. Adaptou-se ao seu jeito, aquele jeito que só você tem, de fingir pureza para o mundo. Logo ela, que nem pensava nessas coisas de ter alguém pra sempre. Agora ela só pensa em chegar naquela festa e conhecer você.

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