Questão de arrepio.

* foto retirada do blog Costurando Estrelas.

O cara bonzinho liga querendo conversar. Logo pisca o alerta vermelho, mostrando-me que mais um coração será pisado. Eu e minha mania de só gostar de quem não presta para ser namorado, de só gostar de quem tem um quê de problema, de só amar os personagens dramáticos da minha confusa vida real.

O bom-moço, educado, sincero, trabalhador, responsável, com aquele papinho de 'enfim, cansei de brincar e estou à procura da mulher certa' que as menininhas adoram é um típico bom partido que  não me atrai de jeito nenhum. Enquanto ele fala eu penso no jeito que você me conquistou: o papo curto, picante e inteligente na internet, as mensagens safadas no celular, o segundo encontro que eu insisto em romantizar, mas que de romântica só foi a constatação de que aquilo tudo era aquilo mesmo.

E depois desse episódio eu não sei se sinto pena de mim ou do cara ali na minha frente, que, mesmo depois de um fora insiste no cavalheirismo. Abrindo a conta do restaurante sem franzir a testa, me deixando na porta de casa com um beijo aguado de boa noite, tentando disfarçar a frustração. Porque levar um "não" seco depois de meses de investimento deve ser mesmo muito difícil, pensei, com a cabeça oca cheia de, de, de...Hã? remorso?

Depois de você todo namoro de portão , se antes não entrava em minha lista de prioridades, tornou-se algo improvável, distante. Podem dizer que sou louca, que vou passar o resto dos meus dias sozinha porque só quero o que me escapa, o que não está ao meu alcance no momento que mais preciso.

Eu não tô nem aí. Só eu sei o que sinto quando penso na gente. Só eu sei o que sinto quando te vejo e depois me despeço de você. Despedaçada. Só eu sei o que é estar ao seu lado e tentar congelar o momento. só eu sei que o que você tem de bom se encaixa certinho no que você tem de não tão bom assim e te torna tudo o que eu preciso.

E então um cara bonzinho, um cara maçante é um cara legalzinho e igualzinho a todos os outros e a todas as namoradinhas que se encaixam naquele perfil "relacionamento saudável e aceitável nos moldes da sociedade atual". Dos que preferem representar, seguir regras, acompanhar os amigos em programas ruins de gente pouco interessante, chata, burra, besta e feia. Cansei.

Chega uma hora em que você prefere estar só do que fazer o tipo "não estou gostando mas estou levando". Porque nada é como quando encontramos alguém que, finalmente, nos desperta.

"Se você sabe conviver com pessoas intempestivas, emotivas, vulneráveis, amáveis, que explodem na emoção: acolha-me." (C.L)